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Um levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT) aponta que 31,2% das rodovias estaduais e federais de Mato Grosso estão em estado péssimo ou ruim. A pesquisa CNT de Rodovias 2024, divulgada nesta semana, analisou 5,9 mil km de estradas mato-grossenses.
De acordo com os dados, apenas 20,1% das rodovias estão em bom ou ótimo estado; e 48,7% em condições regulares.
Segundo a pesquisa, os trechos classificados como regular estão à beira de uma deterioração mais severa, exigindo manutenção urgente para evitar seu agravamento. Isso significa que, sem intervenções adequadas e tempestivas de manutenção, estes trechos possivelmente migrarão para as categorias ruim ou péssimo.
“O transporte rodoviário é responsável por aproximadamente 65% das cargas escoadas e por quase 95% dos passageiros no país, conforme Boletim Estatístico CNT (2024). O desempenho das atividades econômicas e sociais está amplamente atrelado à qualidade das rodovias, portanto, é fundamental que a infraestrutura esteja adequada para o tráfego de pessoas e mercadorias”, diz trecho do estudo.
As rodovias federais levantadas foram: BR-070, BR-158, BR-163, BR-174,BR-242, BR-251 e BR-364. A pior entre elas foi a BR-174.
Pavimentação
Em 2024, apenas 27,3% da malha rodoviária mato-grossense pavimentada apresenta condições favoráveis, com 20,2% dos trechos classificados como ótimo e 7,1% como bom. No entanto, a maior parte (72,7%) exige atenção, sendo que 36,8% está em estado regular, 22% em condições ruins e 13,9% em péssimas condições.
“Os problemas levantados pela pesquisa ao longo das rodovias, como buracos, ondulações e afundamentos, aumentam os riscos de acidentes, geram desgastes adicionais nos veículos e elevam os custos operacionais, especialmente no transporte de cargas. Rodovias com problemas na pavimentação contribuem para o aumento do consumo de combustível e, consequentemente, para a emissão desnecessária de gases poluentes”
Há ainda a perda de carga nos caminhões, especialmente de grãos, no trajeto do campo ao porto, sendo a má condição da infraestrutura de transporte uma das principais causas.
Essa não é uma realidade apenas local. Além da pavimentação em situações críticas, há a falta de aslfalto na maior parte delas. No Brasil, apenas 12,4% da malha viária é pavimentada. A carência de infraestrutura adequada no Brasil torna-se ainda mais evidente quando comparada à de países vizinhos ou até mesmo países de dimensões similares.
Em termos de densidade de rodovias pavimentadas, o Brasil conta com aproximadamente 25,1 km de rodovias pavimentadas por 1 mil km² de território. Em contraste, outros países da América Latina, como Uruguai, Argentina e Equador, apresentam, respectivamente, densidades de 43, 42 e 31 km por 1 mil km² de área. China, Estados Unidos e Austrália — países com dimensões similares às do Brasil —, por sua vez, possuem 477, 437 e 94 quilômetros de rodovias pavimentadas por mil quilômetros quadrados de área, respectivamente.
Sinalização
Apenas 30,1% das rodovias possuem sinalização classificada como ótimo ou bom; 53,8% estão em estado regular; e 16,1% estão em condições ruins ou péssimas.
“De forma geral, a sinalização inadequada aumenta o risco de acidentes e dificulta o fluxo de trânsito. A ausência de placas ou a má conservação delas, assim como a falta de demarcações no pavimento, afeta diretamente a capacidade dos motoristas de tomar decisões seguras ao longo do trajeto, tornando a melhoria da sinalização uma medida prioritária para a gestão eficiente das rodovias”, diz outro trecho.