O vereador de Várzea Grande Pablo Pereira (União) prestou depoimento nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (20) à Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor).
Não tem nada contra mim, é infundada [as acusações]. Estamos aqui para prestar esclarecimento para Justiça
Ele foi preso e afastado do cargo no âmbito da Operação Gota D’Água, que investiga um suposto esquema de corrupção no Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAE-VG).
Ao deixar a delegacia, a caminho do Fórum da Capital onde passará por audiência de custódia, Pablo afirmou que as acusações contra ele são “infundadas” (veja vídeo abaixo).
“Não tem nada contra mim, é infundada [as acusações]. Estamos aqui para prestar esclarecimento para Justiça e vamos fazer. Estamos à disposição da Justiça a todo momento”, disse em conversa com a imprensa que estava no local.
As investigações indicam que o vereador seria um dos líderes do grupo criminoso. Ele tinha como principal função exercer pressão política com a finalidade de fazer valer os objetivos do grupo criminoso.
Diligências revelaram o aparelhamento da Diretoria Comercial do DAE para exploração política do vereador, demonstrando a atuação ordenada de diversos servidores em favor da campanha à reeleição dele, com uso da estrutura pública da autarquia municipal.
Em razão disso, foi determinada a remessa de cópia da investigação para o Ministério Público Eleitoral, para adoção das providências pertinentes.
Veja vídeo do site Olhar Direto:
Operação Gota D’Água
A Operação Gota D’Água, que resultou na prisão de 11 pessoas, entre elas o vereador Pablo Pereira (União), de Várzea Grande, e que é candidato à reeleição.
A ação ainda cumpriu mandados de busca e apreensão contra 22 pessoas e 18 ordens de suspensão do exercício da função pública.
Conforme a Deccor, a estimativa do prejuízo se dá pois servidores excluíram ilegalmente débitos de consumidores e também diminuíram indevidamente os valores das faturas, mediante recebimento de propina.
Auditoria apontaram que o grupo de servidores da DAE ainda cobrava valores para realizar serviços que eram devidos aos consumidores.
No decorrer das investigações, foram apontadas diversas espécies de fraudes e uma ação corrupta na Diretoria Comercial do DAE, praticadas pela organização criminosa, pelo menos desde 2019.
Ao que tudo indica, em qualquer ocasião que fosse possível obter valores indevidos em razão da prestação do serviço público de saneamento básico, uma significativa parte dos servidores da Diretoria Comercial do DAE não hesitava em receber os valores ilegais.
Foram identificadas diversas situações em que foi dificultado o acesso da população várzea-grandense à ligação de água, com problemas artificialmente criados, além de diversas situações de cobrança de propina.
Segundo elementos probatórios coletados, alguns servidores realizavam o trabalho rotineiro apenas mediante pagamento de propina. E a situação era de conhecimento do chefe do setor, que é apontado como um dos líderes da organização criminosa.
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