O senador Márcio Bittar (União Brasil-AC) coletou 33 assinaturas e protocolou, nesta 4ª feira (19.fev.2025) o pedido para instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar prejuízo e má gestão nos Correios.
A estatal, sob a liderança do advogado Fabiano Silva dos Santos, iniciou uma sequência de prejuízos que culminaram no maior rombo da história da estatal em 2024. Foram mais de R$ 3 bilhões em déficit. Eis a íntegra do pedido de investigação (PDF – 332 kB).
Bittar cita 4 pontos que a comissão pretende se debruçar:
Eis os nomes dos senadores que assinaram a petição:
O Poder360 vem publicando desde novembro de 2024 reportagens sobre problemas na estatal. Trataram de a estatal desistir de ações trabalhistas com prejuízo bilionário para a empresa, gastos milionários com “vale-peru”, entre outras (leia a lista no fim da reportagem).
O presidente dos Correios é advogado e foi indicado ao cargo pelo Prerrogativas, o Prerrô, diminutivo pelo qual o grupo é chamado. É um grupo de operadores do direito simpáticos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O coletivo atuou e segue atuando contra as acusações de processos da Lava Jato.
Tem relação de amizade com o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro José Dirceu. É conhecido como o “churrasqueiro de Lula”, pois costuma comandar a cozinha quando há alguma confraternização em que carnes são preparadas para o presidente da República.
Em 2005, ainda no 1º governo Lula, foi criada a CPI dos Correios, que depois passou a investigar também as denúncias do mensalão, esquema em que congressistas recebiam dinheiro oriundo de contratos de publicidade da estatal para votarem com o governo.
A CPMI dos Correios foi criada em maio de 2005. O objetivo era investigar denúncias de corrupção em estatais e, mais diretamente, nos Correios.
O foco mudou quando uma gravação em vídeo, à época uma fita VHS, mostrando o ex-funcionário dos Correios Maurício Marinho negociando propina com empresários. Ele dizia ter respaldo do então deputado federal Roberto Jefferson.
O congressista, então, denunciou publicamente o esquema de mesadas. Os titulares da comissão pregaram a ampliação do foco da CPI alegando que o dinheiro de corrupção das estatais era fonte dos recursos do “mensalão”.
A comissão foi do tipo mista, com 16 deputados e 16 senadores. O presidente era o então petista Delcídio do Amaral, de Mato Grosso do Sul, o senador Delcídio Amaral. Uma década depois, ele fez delação premiada acusando o governo de Dilma Rousseff (PT) de crimes.
Em 2012, o STF condenou 25 réus do Mensalão por causa da CPMI dos Correios. O STF entendeu que houve o cometimento de 7 crimes, entre eles formação de quadrilha e corrupção ativa e passiva.
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