O vereador Jeferson Siqueira (PSD), membro da Câmara Municipal de Cuiabá, está no centro de uma polêmica envolvendo um movimento de aplauso concedido a Gilmar Machado da Costa, conhecido como “Gilmarzinho”, suspeito de liderança do Comando Vermelho na capital mato-grossense . A homenagem, proposta em fevereiro deste ano, visava refletir sobre as ações comunitárias da Costa no bairro Nova Conquista, mas gerou forte repercussão após a revelação de seu envolvimento em atividades criminosas, incluindo uma publicação recente sobre tráfico de drogas.
Em resposta às críticas, Siqueira agora sugere a implementação de um sistema de filtragem para concessão de honrarias e homenagens. O objetivo seria impedir que pessoas com antecedentes criminais graves, especialmente aquelas com vínculos com facções criminosas, recebessem o reconhecimento oficial da Câmara. “A Câmara precisa de um mecanismo que permita identificar e vetar honrarias para pessoas com antecedentes criminais graves”, argumentou o vereador, defendendo a criação de um sistema que examine o histórico dos homenageados antes da aprovação de qualquer movimento de aplauso.
A Polêmica da Homenagem a “Gilmarzinho”
A moção em questão foi proposta para celebrar o trabalho comunitário de Gilmar Machado da Costa, que, segundo Siqueira, estaria envolvido em ações sociais e no apoio aos moradores do bairro Nova Conquista. No entanto, pouco tempo depois da aprovação, emergiram informações de que Costa foi condenado pela 9ª Vara Criminal de Cuiabá a nove anos de reclusão e multa pelo crime de tráfico de drogas, confirmando seu envolvimento com o Comando Vermelho, uma das maiores facções criminosas do país.
Siqueira defendeu as críticas afirmando que seu trabalho junto aos líderes comunitários em Cuiabá nem sempre permite um conhecimento aprofundado do passado de cada um dos envolvidos. “Nosso papel é considerar o serviço comunitário, mas não temos como investigar o fundo da vida de todos”, justificou o vereador. Ele enfatizou que a intenção original era valorizar a atuação da Costa no bairro, e que jamais teria apoiado a homenagem caso relevante de seu envolvimento com o crime organizado.
Proposta de Filtro para Homenagens
Diante do episódio, Siqueira propôs um sistema mais rigoroso de análise dos homenageados, apontando a criação de uma espécie de “filtro de antecedentes criminais”. Esse mecanismo, de acordo com o vereador, permitiria que a Câmara de Cuiabá evitasse conceder honrarias a pessoas envolvidas em atividades ilícitas, o que preservaria a imagem da instituição e evitaria embaraços como o ocorrido.
“A ideia é proteger a Câmara de situações delicadas. Com um filtro adequado, ideias para validar o histórico dos homenageados e garantir que as honrarias concedidas sejam concedidas a pessoas que realmente representam valores positivos para a comunidade”, explicou o vereador. Acrescentou que um sistema de verificação poderia incluir a verificação de antecedentes criminais e informações públicas sobre os indicados.
Repercussão e Desdobramentos
A situação trouxe à tona o debate sobre a responsabilidade dos parlamentares em seus prazos e homenagens, bem como a necessidade de mecanismos de controle para evitar o reconhecimento de figuras controversas. Setores da sociedade civil manifestaram apoio à ideia de um sistema de filtragem, alegando que isso fortaleceria a transparência e a seriedade das honrarias concedidas pelo poder legislativo municipal.
No entanto, os críticos apontam que a sugestão de um filtro pode ser insuficiente e que é necessário um processo mais profundo de conscientização e diálogo sobre a responsabilidade nas restrições. “Esse tipo de erro afeta a substituição da Câmara e do próprio vereador. É preciso cuidado e prudência ao conceder honrarias em nome da instituição”, opinou um analista político local.
Próximos Passos
A proposta de Jeferson Siqueira deverá passar por discussões e análises antes de ser inventada. O vereador se comprometeu a trabalhar para que o novo mecanismo de filtragem seja viabilizado o mais rápido possível, a fim de evitar que a Câmara volte a enfrentar situações como essa. Segundo ele, o filtro protegeria a imagem do Legislativo cuiabano e honraria aqueles que realmente trabalham em prol da sociedade.
A expectativa é que a questão seja debatida em breve, considerando que o episódio evidenciou a necessidade de julgamentos mais rígidos e maior cautela na concessão de homenagens oficiais.
ESCRITO POR: GEISON MORAES