O câncer de cabeça e pescoço (CCP) está entre os oito tipos com mais incidência no Brasil, de acordo com a Estimativa 2023: Incidência de Câncer no Brasil, do Instituto Nacional de Câncer (Inca). No ranking, os tumores malignos da glândula tireoide e cavidade oral, que afeta os lábios, gengivas, bochechas, céu da boca e língua, ocupam a sétima e oitava posição no estudo, respectivamente. Os dados mostram a necessidade de dar visibilidade ao Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, comemorado no próximo sábado (27), com o objetivo de sensibilizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce.
Os fatores de risco mais comuns para o CCP são o tabagismo e etilismo, representando cerca de 80% dos casos, e infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano), além da má higiene e desnutrição. De acordo com o cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Anchieta, Rondinelly Ribeiro, os sintomas podem incluir o surgimento de nódulos, feridas que não se cicatrizam, dor recorrente de garganta e alterações na voz ou rouquidão. Caso esses sintomas persistam por mais de três semanas, o paciente deve ficar alerta e procurar um especialista.
“Os tumores de cabeça e pescoço quando identificados no estágio inicial, ao surgirem as lesões, possuem uma chance de cura maior. Já nos estágios mais avançados, as chances de cura diminuem consideravelmente. Vale ressaltar que a taxa de óbito do CCP em homens é absolutamente maior que nas mulheres, e as idades mais afetadas estão no grupo entre 60 a 69 anos, para homens e mulheres”, observou o cirurgião.
Ainda segundo dados da Estimativa 2023: Incidência de Câncer no Brasil, do INCA, a taxa incidência de CCP na população masculina foi três maior que nas mulheres, sendo que para cada 100 mil pessoas, 7,64 foram em homens e 2,61 em mulheres. As idades mais afetadas foram no grupo entre 60 a 69 anos para homens e mulheres.
Quanto às possibilidades de tratamento, os pacientes com CCP, no Hospital Anchieta, podem se beneficiar de diversas abordagens terapêuticas, incluindo cirurgia manual e robótica, radioterapia, quimioterapia, terapias-alvo e imunoterapia. A escolha do tratamento mais adequado depende do estágio da doença, localização do tumor e condição de saúde do paciente. “É fundamental destacar a importância da atuação multidisciplinar de profissionais de saúde, como oncologistas, cirurgiões de cabeça e pescoço, radioterapeutas, fonoaudiólogos e nutricionistas, para garantir um plano de tratamento abrangente e personalizado, finalizou Rondinelly Ribeiro.