O vereador eleito Daniel Monteiro (Republicanos) afirmou que a Câmara Municipal manteve-se inerte perante a incompetência política do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
Estamos falando de uma prefeitura cujo mandatário tinha sérios problemas como uma série de operações policiais, sem falar em incompetência política na administração
Para Monteiro, a inércia dos vereadores manifestou-se como dificuldade de instaurar uma Comissão Processante a fim de investigar o prefeito, mesmo após as operações policiais sobre a Prefeitura de Cuiabá por suspeita de corrupção.
O vereador disse que a eleição de onze parlamentares novatos refletiu o desejo dos cuiabanos por renovação no Poder Legislativo.
“Com certeza [a população ansiava renovação]. Estamos falando de uma Prefeitura cujo mandatário tinha sérios problemas como uma série de operações policiais. A Câmara Municipal se manteve inerte perante à incompetência política na administração e não abriu Comissão Processante”, analisou.
“Houve problemas por parte dos vereadores, talvez pela parte hegemônica do parlamento. Quando a população manda para a Câmara onze novatos, está demonstrando uma grandiosa insatisfação”, considerou.
Monteiro, ainda, rechaçou o apelido de “Casa dos Horrores” sobre o legislativo municipal. Para ele, a pecha é um “prêmio” aos corruptos ao difamar os vereadores generalizadamente.
“Detesto qualquer alcunha em relação a uma casa de leis. É uma prática muito ruim que temos no Brasil quando falamos que a Câmara Municipal é uma ‘Casa de Horrores’. Dê o nome dos vereadores. Quais são que merecem alcunhas negativas? Quais não trabalham e são o problema?”, questionou.
“Quando chamamos de ‘Casa dos Horrores’, colocamos todos no mesmo balaio, premiamos os corruptos e julgamos os honestos, os bem intencionados e os que se prepararam intelectualmente. Vou entrar naquela casa e odiarei ouvir “Casa dos Horrores”, porque estarei para fazer daquilo um parlamento”, disse.
“Me diziam para não fazer”
Monteiro teve 2.537 votos e elegeu-se como o vereador mais jovem, tendo 29 anos. Cuiabano e graduado em Direito, sua principal bandeira de mandato é a Educação.
Nessa eleição, fiz tudo que me diziam para não fazer. Sugeriram não ter Educação como principal bandeira no início da caminhada. Segundo os gurus da política, Educação não dá voto
O vereador considera que contrariou a tradição da política ao pedir votos baseado nos projetos à educação municipal.
“Nessa eleição, fiz tudo que me diziam para não fazer. Sugeriram não ter Educação como principal bandeira no início da caminhada. Segundo os gurus da política, Educação não dá voto. Fiz uma campanha centrada em propostas e para defender uma educação libertadora capaz de quebrar o ciclo da pobreza”, afirmou.
Ele, inclusive, disse que não recuaria do projeto de conquistar uma cadeira na Mesa Diretora a fim de fortalecer a representatividade da Educação.
“Não corro de nenhuma missão. Se o povo cuiabano precisar de mim na mesa ou em determinada comissão, eu estarei. O único plano é cumprir as promessas que fiz durante a campanha, seja quem for o próximo prefeito, discutindo um plano diretor que contemple uma educação que possa suprir a necessidade de creches. A falta de creche é um problema que dialoga com três frentes: economia, educação e segurança pública, pois a criança fica mais suscetível à criminalidade”, explicou.
Nacional desenvolvimentista
Monteiro disse que seu posicionamento político não contempla os conceitos de “esquerda” ou “direita”. Ele disse ser um nacional desenvolvimentista cujo foco é priorizar uma atuação do Estado, junto à iniciativa privada, para promover o desenvolvimento federal.
“Sou nacional desenvolvimentista, então direita e esquerda são conceitos anacrônicos. Nacional desenvolvimentismo é um paradigma da economia política que acredita no desenvolvimento do ponto de vista macroeconômico sobre todos os fatores. Agregado à iniciativa privada, o Estado tem o dever de promover o desenvolvimento”, pontuou.
“Acredito que esse seja o papel do Estado: criar condições favoráveis para que as assimetrias [sociais] desapareçam ou sejam atenuadas para a promoção do desenvolvimento”, disse.