Nailton Reis
Seguindo com a série de artigos sobre ideação suicida, buscando contribuir com o Setembro Amarelo, mês escolhido para o enfrentamento e conscientização sobre a ideação suicida; hoje vamos falar um pouco sobre a ideação suicida somatizado com a dependência química.
Como já falamos, a dependência química é um dos transtornos psicológicos que pode levar o sujeito a desenvolver ideação suicida, mas como isso ocorre? Quais as formas que podemos ajudar ou mesmo sair desta tormenta mental que afligem tantas pessoas ao redor do mundo?
Dependência química
A dependência química é um mal psicológico que nas últimas décadas cresceu exorbitantemente principalmente entre os homens na nossa sociedade, muitas pesquisas estão sendo desenvolvidas para o entendimento e enfrentamento deste transtorno, dentre as drogas, o álcool é sem dúvidas o maior causador de dependência química; apesar das drogas ilícitas causarem grandes prejuízos tanto para o sujeito dependente como para sociedade. As pesquisas indicam que existem três fatores que levam ao estabelecimento da dependência, que são eles:
Fatores fisiológicos
As substâncias que causam dependência química são chamadas psicoativos porque elas conseguem atingir o Sistema Nervoso Central (SNC) e lá deixam o cérebro dependente, porém, quando elas são introduzidas no organismo, elas invadem não só o SNC mas também outros órgãos (a exemplo do fígado) causando a intoxicação deles e com isso prejuízos muitas vezes irreversíveis (como é o caso do tabagismo nos pulmões).
Fatores ambientais
O meio e a forma de uso são fatores que influenciam para que o sujeito continue na compulsão pelo uso das substâncias psicoativas.
Fatores psicológicos
No contexto psicológico a desestrutura familiar, os transtornos psicológicos ou a fuga de alguns traumas ou desejos reprimidos podem agravar o uso compulsivo de substâncias psicoativas.
Dependência química e ideação suicida
Para o enfrentamento da dependência química somatizado a ideação suicida faz-se necessário a avaliação de como o meio e forma de uso pode estar influenciando para o uso compulsivo das substâncias, construção de hábitos saudáveis de práticas de exercícios físicos para auxiliar na desintoxicação do organismo, suporte psicoterápico para auxílio nas questões psicológicas através de psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais e quando possível o apoio familiar dentre outras instituições, formando assim uma rede de apoio profissional e afetivo que podem contribuir de maneira significativa na intervenção e superação de tais sofrimentos psicológicos.
Nailton Reis é psicólogo clínico, especialista em Neuropsicologia Cognitiva Comportamental, Avaliação Psicológica e Psicologia do Trânsito