A luta para o autista estudar, se relacionar, trabalhar, de buscar ter uma vida em sociedade é um desafio para muitas famílias. E o projeto social “TEA: inclusão social pela habilitação e reabilitação multidisciplinar”, desenvolvido pelo Instituto INCA-Inclusão Cidadania e Ação em rede com a Associação Rondonopolitana de Pessoas com Transtorno Autista (ARPTA) convida a população local para uma capacitação com a psicóloga Elaine Cleia Rocha Alves, que traz a temática “Meu filho faz birra, o que fazer?”. Será neste sábado (27.09), às 16h, na sede da ARPTA.
O projeto foi desenvolvido devido a alta demanda da ARPTA, onde possuem autistas em fila de espera, encaminhados pelos diversos setores, médicos do município e particulares, escolas públicas e privadas, bem como da própria instituição sem fins lucrativos que faz atendimentos gratuitos com profissionais voluntários. Só na fila de espera da ARPTA são aproximadamente 100 pessoas, com algum grau de dependência.
Esse atraso de atendimento acabava regredindo muito o caso dos pacientes, portanto o projeto social TEA: Inclusão social pela habilitação e reabilitação multidisciplinar veio para auxiliar e minimizar esse impacto, desde o mês de junho de 2024, quando começou, e já obteve mais de 200 atendimentos desde então.
E a capacitação começou com a iniciativa dos profissionais selecionados pelo projeto, a partir da fonoaudióloga Gabriela Cristina, com o tema “Meu filho não fala e agora?”, uma vez que existe um número grande entre os associados de crianças e jovens não verbais.
A capacitação foi para tratar de crianças não verbais, trazendo conhecimento nas formas de facilitar a comunicação. Porque, muitos autistas que não falam, apesar de todo o investimento na terapia, alguns não vão falar porque realmente tem um distúrbio da fala. E existem muitas técnicas que foram apresentadas que facilitam que a pessoa consiga se comunicar, além da fala, da linguagem.
Não tem sido uma tarefa fácil para pais e familiares de pessoas com o espectro autista. E a ARPTA juntamente com o Instituto INCA vem desenvolvendo o projeto, onde ampliou as ações aumentando a demanda de profissionais para dar continuidade no que mães e associados sonharam há 12 anos em Rondonópolis, sendo referência de ajuda e tratamento no Estado de Mato Grosso, desde a criação em 2017.
“Todas as famílias que estamos atendendo são carentes: em atendimento, de alimento, de apoio, entre outros. Então, esse projeto, que o INCA nos possibilitou, está trazendo uma alegria aos profissionais, às crianças e jovens que estão sendo atendidos e para suas famílias. Nós esperamos mudar muitas vidas, agregar no dia a dia dessas pessoas que tem autismo, porque nós sabemos que não tem cura. E o que podemos fazer? Minimizar o sofrimento da pessoa com autismo e que apresenta os sintomas, principalmente dos níveis dos suportes 1, 2 e 3, sendo o último mais grave”, destaca a presidente da ARPTA, a fisioterapeuta neuro-funcional Rafaella Virgínia Pereira da Silva.
A execução do projeto conta com a estrutura física e equipamentos da ARPTA, com consultórios, sala de atendimentos, sala de reuniões, pátio, refeitório e tem a emenda parlamentar impositiva do deputado estadual Nininho, com Patrocínio do Governo do Estado de Mato Grosso, via Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc), com Apoio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).
O objetivo é interferir de forma positiva no atendimento, trocando informações, buscando aprender com o outro, para que beneficiários e equipe possam chegar ao melhor plano de atendimento.
TRATAMENTO DO TEA
O tratamento multidisciplinar é um instrumento eficiente na inclusão social, pois desenvolve habilidades sociais e auxilia paralelamente na socialização, bem como torna a pessoa com TEA capacitada para realizar as atividades da vida cotidiana.
Uma vez que o Transtorno do Espectro Autista é uma alteração do neurodesenvolvimento que manifesta, comumente, seus primeiros sinais na primeira infância. Pessoas com TEA podem ter seu comportamento marcado em diferentes gradações por uma ou todas das seguintes características: dificuldade de socialização; dificuldade de comunicação; repetição e restrição no padrão comportamental; deficiência no domínio dos códigos de linguagem convencionais para uso social.
Portanto, trata-se de um transtorno que afeta diferentes áreas do desenvolvimento humano, como a fala e linguagem, além das habilidades cognitivas e comportamentais.
A ARPTA
A ARPTA nasceu do “coração” de cinco mães que não tinham conhecimento, e que há 12 anos tinham dificuldade com seus filhos, pois existia a exclusão, e não se falava sobre o autismo. E hoje Associação vem quebrando barreiras e atende de forma gratuita todos os públicos, priorizando o de baixa renda, porém abraçam todas as famílias com as rodas de conversa mensais sobre algum tema da neurodiversidade.
Credenciada pelo Ministério da Saúde, a ARPTA começou em 2017 e hoje impacta milhares de pessoas com autismo em Rondonópolis.
A Associação possui mais de 350 associados, incluindo crianças, adolescentes e adultos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), sendo que a maioria dessas famílias se encontram em situação de vulnerabilidade social.
Conta com uma equipe multidisciplinar composta por 26 profissionais voluntários, incluindo fisioterapeutas, nutricionistas, pedagogos, fonoaudiólogos, psicólogos, neuropsicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, enfermeiros e advogados. A equipe multidisciplinar tem como objetivo oferecer suporte clínico abrangente, adaptando-se às necessidades específicas de cada associado, sendo associado a partir de avaliação com neuropsicólogo, mais o laudo do neuropediatra (quando criança) ou psiquiatra (jovens e adultos).
SERVIÇO
O projeto de emenda parlamentar do deputado Nininho começou no mês de junho e vai até o mês de janeiro de 2025. O acompanhamento está sendo feito de forma semanal, além das rodas de conversa, e as capacitações que começaram no dia 20 de julho, coma temática “Meu filho não fala e agora?”, com a fono Gabriela Cristina.
Neste sábado segue com o tema “Meu filho faz birra, o que fazer?”, com a psicóloga Elaine, às 16h. E posteriormente terão as temáticas: “Meu filho não que comer, o que fazer?”, com a nutricionista Kelly Boniatti Welter; “Meu filho não brinca, o que fazer?”, com a terapeuta ocupacional Thaiene da Silva de Miranda; “Meu filho não consegue escrever, o que fazer?”, com a psicopedagoga Josiely Ribeiro da Silva Peres.
A Associação Rondonopolitana de Pessoas com Transtorno Autista (ARPTA) está localizada na rua Pedro Ferrer, 371– Bairro: Jardim Cuiabá, na cidade de Rondonópolis (MT). Mais informações pelo contato do WhatsApp (66) 99645-8386, de segunda a sexta-feira, das 7h30h às 17h, com pausa para o almoço das 11h30 às 13h30, e, aos sábados, das 08h às 11h30.