MATO GROSSO

Prefeitos e entidades buscam apoio para resolver déficit energético de municípios no Nortão

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Os municípios de Alta Floresta, Nova Monte Verde, Paranaíta, Carlinda, Nova Monte Verde e Apiacás – que concentram cerca 115 mil habitantes, segundo dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – enfrentam dificuldades para promover o desenvolvimento industrial e demográfico devido à falta de uma energia elétrica de qualidade.

Para pedir melhorias urgentes, os prefeitos de Alta Floresta, Chico Gamba e de Paranaíta, Osmar Mandacaru, lideraram a comitiva de vereadores, empresários e investidores do Nortão de Mato Grosso que se reuniu na terça-feira (12) em Cuiabá.

Na ocasião esteve presente Luiz Carlos Moreira, representante da concessionária Energisa.

As lideranças solicitaram a ampliação e manutenção da rede elétrica para atender à crescente demanda por energia nos municípios de Alta Floresta, Nova Monte Verde, Paranaíta, Apiacás, Carlinda e Nova Bandeirantes. Luiz Moreira prontificou-se a colaborar e pediu aos prefeitos que façam um relatório das demandas em seus municípios.

O levantamento será encaminhado às equipes de planejamento da Energisa para análise e apresentação de soluções. Luiz também disse que visitará os municípios nos próximos dias.

CRESCIMENTO ECONÔMICO PREJUDICADO

O prefeito de Alta Floresta, Chico Gamba, informa que a capacidade da rede elétrica atual não suporta o crescimento populacional, industrial e comercial, afetando o desenvolvimento da região. “Com o aumento da demanda, a rede já não consegue atender especificamente. A queda de energia em Alta Floresta e região se tornou um problema sério”, afirma Gamba, destacando a dificuldade enfrentada principalmente pela zona rural, onde algumas localidades ficam sem energia por até três dias após temporais ou vendavais.

Já o prefeito de Paranaíta, Osmar Mandacaru, enfatiza que o déficit de energia impede a instalação de novas indústrias e empresas na cidade, o que prejudica a geração de empregos e o crescimento econômico. “Precisamos de uma rede que atenda ao nosso desenvolvimento, que possa sustentar novos negócios e manter o setor rural produtivo”, cobra Mandacaru. Ele lembra que a presença de empresas é fundamental para o futuro econômico de Paranaíta e região e que a situação atual da energia torna o cenário desafiador.

ENTRAVE AO DESENVOLVIMENTO

Os prefeitos explicam que o setor produtivo e a área urbana vêm crescendo de forma acelerada, o que pressiona ainda mais a demanda por eletricidade abundante e de qualidade. Em Alta Floresta, por exemplo, o presidente da Associação Altaflorestense das Empresas Loteadoras (AAEL), Rodrigo Arpini, explica que a região prevê a criação de cerca de 18 mil KVA (kilovolt-ampere) de novas demandas nos próximos cinco anos.

“A Energisa diz que pode atender, mas as empresas precisam fazer um pedido com muita antecedência. Já situações históricas como a da Havan, que precisou de 500 KVA, mas só conseguiu 300, com o restante sendo atendido por motor até março de 2025. Isso atrasa investimentos”, reclama Arpini.

Alex Fabiano Cavalheiro, presidente da Câmara de Diretores Lojistas (CDL) de Alta Floresta, destaca o impacto que o déficit energético tem gerado para o setor comercial e o desenvolvimento econômico na região do Nortão. Para ele, além de prejudicar a chegada de novas empresas, a situação atual tem comprometido a sobrevivência dos negócios já estabelecidos, que enfrentam dificuldades com as situações de quedas de energia e a incapacidade da rede elétrica de suportar o aumento na demanda.

“Para o comércio e a indústria de Alta Floresta e região prosperarem é fundamental que a Energisa priorize investimentos robustos em infraestrutura elétrica, garantindo um fornecimento de energia mais estável e adequado ao crescimento dos municípios”, argumenta o empresário.

O prefeito de Nova Monte Verde, Edemilson Marino, aponta a falta de manutenção como uma das causas dos problemas energéticos na área rural do seu município, principalmente nos distritos de São José do Apuí e Trivelato. “Quando chove forte, ficamos sem energia por dias. Isso tem acontecido cada vez mais. Precisamos que a Energisa tenha um plano de manutenção mais frequente e faça a limpeza das redes em áreas florestais onde galhos atingem a fiação”, destaca Marino, explicando que a falta de poda das árvores próximas às linhas de transmissão aumentam o risco de queda de energia.

EXPECTATIVA DE RESULTADOS

Durante a reunião, Luis Moreira disse que a Energisa avaliará as necessidades da região e possíveis expansões. A expectativa das lideranças regionais é que, com o apoio do deputado e o compromisso da Energisa, o fornecimento de energia na região do Norte passe a ser mais estável e permita o crescimento das cidades sem obstáculos energéticos.

Também participaram da agenda os vereadores de Paranaíta e Alta Floresta e o assessor parlamentar Anélio Mazzocco.



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