Em contêineres, lojistas se queixam do calor e falta de divulgação aos clientes

A inauguração da estrutura provisória do Shopping Popular, formada por trios de boxes dentro de contêineres, fez com que os lojistas aumentassem a expectativa em relação às vendas, em especial pelas festividades de fim de ano, mas o resultado não tem sido satisfatório. Uma das maiores reclamações é em relação ao calor, que tem dificultado o trabalho dos comerciantes. A associação responsável pelos lojistas declara que já está buscando soluções e que novos equipamentos de climatização foram entregues no local na última terça-feira (17).

Para Lediane da Silva Oliveira, de 42 anos, que trabalha no Shopping Popular desde 2011, a estrutura provisória está melhor do que quando os comerciantes ficavam em tendas montadas na Avenida Carmindo de Campos, após o grande incêndio que destruiu a estrutura original, em julho deste ano. A lojista ressalta, no entanto, que ainda há o que melhorar.

“Na rua a gente tinha que montar e desmontar, trazer mercadoria e meu carro vivia lotado. Agora, nessa nova estrutura, é só baixar a porta e ir para casa mais tranquila. Só que ainda tem que melhorar, principalmente na questão do clima aqui dentro, que é muito calor. Fica calor pra gente e para os clientes”, explicou a comerciante.

Ao todo, são 600 bancas, a mesma quantidade do prédio antigo, distribuídas em 216 contêineres. A estrutura metálica foi alugada pela Associação dos Camelôs por R$ 1,7 milhão, pelo período de um ano. Dentro, eles foram adaptados com prateleiras, madeiras e outros recursos que cada box necessita, dependendo dos produtos a serem vendidos. Toda a estrutura é coberta por uma grande tenda feita de lona e não possui climatização adequada. 

A reportagem do esteve no local e pôde sentir o desconforto do clima quente e abafado. Além disso, é possível notar que há mais boxes fechados do que abertos. Alguns ainda não possuem as adaptações necessárias para a entrada de um lojista – sendo que cabe a cada comerciante a estruturação do seu box. No entanto, nenhuma banca foi notada na avenida, onde antes os camelôs se espalhavam.

Para a funcionária de uma loja de perfumes, Eunice da Costa, de 43 anos, o movimento de clientes na nova estrutura ainda está baixo. Ela avalia que, talvez, falta mais divulgação para que as pessoas voltem a frequentar o espaço.

“Como não tem uma semana que o shopping inaugurou, ainda não deu pra sentir tantas mudanças. Por enquanto o movimento está fraco, talvez precise de mais divulgação. O ambiente está bem diferente do que era, embora esteja melhor do que nas semanas passadas”, declarou.

Com relação às expectativas para as vendas de Natal, período em que os consumidores costumam investir na compra de presentes, Lediane disse que não se sente 100% preparada. A lojista citou que não conseguiu participar da Black Friday este ano – período conhecido por descontos e promoções de produtos – e que, para o Natal, por enquanto, ainda não possui nem  decorações.

“Mas eu estou com expectativas positivas. As vendas, só de vir para cá, já melhoraram, porque na rua, muita gente não ia. Fora que estávamos atrapalhando o trânsito. Agora aqui, cada um com a sua lojinha, em um lugar certo para atender os clientes, a expectativa é de que a gente venda bastante”, destacou.

CBM emitiu Termo de Advertência

Nesta sexta-feira (20), uma equipe do Corpo de Bombeiros notificou a Associação dos Camelôs do Shopping Popular, por não possuir o Alvará de Segurança Contra Incêndio e Pânico (ASCIP), nem o Projeto de Segurança Contra Incêndio e Pânico (PSCIP). Ambos são obrigatórios para o funcionamento de estabelecimentos comerciais, inclusive em estruturas temporárias. 

De acordo com os bombeiros, a associação terá 90 dias para fazer a regularização e só após a aprovação do projeto e das novas vistorias no local e que será emitido o alvará.

Outro lado

À reportagem, a assessoria da Associação dos Camelôs do Shopping Popular informou que, na terça, chegaram novos equipamentos para reforçar as máquinas de climatização que já estão instaladas na estrutura. “Hoje mesmo [terça-feira] os técnicos estão mexendo e, na próxima semana, já teremos novas máquinas trabalhando também. Nós iremos ajustando até melhorar”, afirmou a entidade.