O presidente da Associação do Mercado do Porto, Jorge Antônio Lemos Junior, relata dificuldades enfrentadas após a reinauguração do mercado e afirma que “informações distorcidas têm gerado insegurança” nos trabalhadores e frequentadores, e que as últimas ações do prefeito Abilio Brunini (PL) está impactando no pagamento do salário dos colaboradores e no funcionamento do mercado.
Annie Souza e Arquivo Pessoal
O Mercado do Porto vem passando por polêmicas e brigas políticas desde as últimas semanas de 2024. Poucos dias antes do fim de sua gestão, o ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) reinaugurou o local. No entanto, assim que assumiu, Abilio afirmou que a obra foi entregue sem estar concluída e que o ato seria anulado. Além disso, Abilio tomou algumas medidas, como dissolver a associação dos feirantes, e recolher documentos que pertenciam a Associação, o que gerou um boletim de ocorrência. A Prefeitura alegou ter confundido os arquivos.
“Disputas políticas e informações distorcidas, veiculadas por desinformações e fake news, têm gerado insegurança, afetando negativamente a confiança entre associados, diretoria e frequentadores do local. Vale ressaltar que ações e decisões equivocadas da administração pública, especialmente aquelas que desrespeitam a legalidade e envolvem a retirada forçada de documentos particulares da associação, podem causar danos irreparáveis tanto para a associação quanto para seus associados, além de prejudicar o funcionamento do mercado como um todo”, pontuou o presidente.
Segundo Jorge Antônio, essas dificuldades têm afetado os colaboradores da associação, que não receberam seus salários devido à inadimplência gerada pelos acontecimentos recentes.
Na segunda-feira (06), Abilio afirmou que os associados não estavam realizando a manutenção devida no local, como, por exemplo, o descarte de lixo e, em contrapartida, “cobravam Pix em troca de mercadorias”. Para o gestor, a situação do Mercado do Porto é “muito grave”, visto que a associação era autorizada a cobrar determinados valores dos permissionários – feirantes – para que tal capital fosse utilizado na manutenção do local.
Secom-Cuiabá
“A Associação do Mercado do Porto assume, perante todos, qualquer erro que tenha sido cometido durante sua gestão, seja devido a ações tomadas diretamente pela diretoria ou por terceiros, ligados à administração pública ou não em ações que esta tenha competência para agir. Estamos cientes das responsabilidades que temos e não mediremos esforços para responder por cada um desses erros que possam ter ocorrido”, afirmou o presidente em nota nesta quarta (08).
Ainda de acordo com a associação, a crise de confiança tem comprometido até mesmo o processo de eleição da nova diretoria para o triênio 2025-2028, visto que até o momento, nenhum associado se pré dispôs a formar uma nova chapa.
“Nosso objetivo é continuar sendo parceira da administração pública e manter a prestação de serviços com a máxima qualidade para a comunidade, mesmo diante dos desafios atuais. Pedimos, portanto, a colaboração do poder público para superar essas dificuldades, evitando decisões que possam agravar ainda mais a situação e prejudicar a todos”, disse em trecho da nota.