Mardem Machado
Muito frequente na população adulta, a doença hemorroidária, ou hemorroida, é uma doença que ainda levanta muitas dúvidas.
A doença hemorroidária é a dilatação anormal dos vasos do ânus, causando abaulamento, que é a sensação de ‘bola’ no ânus, além de sangramento e desconforto.
As hemorroidas podem ser externas ou internas. Quando externas, assemelham-se às varizes ou a pelotas de sangue e são visíveis na borda do ânus. Quando internas, localizam-se acima do esfíncter anal e causam sintomas mais agudos.
Durante o movimento intestinal, essas veias dilatam-se e retraem-se, geralmente voltando ao tamanho normal. Pacientes com constipação intestinal (intestino preso) fazem um esforço maior para a defecação, o que mantém estas veias aumentadas por tempo mais prolongado e mais vezes, agravando e acelerando o desenvolvimento das hemorroidas.
Outras causas mais comuns apontadas pelo proctologista são: gravidez em virtude da pressão que o feto exerce sobre as veias da parte inferior do abdômen; obesidade, vida sedentária; componente genético; dieta pobre em fibras e pequena ingestão de líquidos; além de sexo anal, que pode produzir fissuras numa região muito vascularizada.
Sintomas
O sangramento durante e após a defecação é o principal sintoma da doença hemorroidária. Em geral acompanhado de fezes sólidas, ressecadas ou quando se faz força para evacuar.
O sangue recobre as fezes por fora, podem gotejar no vaso, ou sujar o papel higiênico. Também podem surgir saliências no ânus durante a higiene, que na maioria das vezes desaparece.
A doença também é caracterizada por coceira provocada por inchaço das veias, o que aumenta a tensão sobre as terminações nervosas.
Tratamento
O tratamento para as hemorroidas pode ser tópico ou local, com pomadas e supositórios ou mesmo cirúrgico para a retirada das veias doentes.
No entanto, às vezes apenas a punção do coágulo que entope o vaso hemorroidário pode resolver o problema sem cirurgia. Também a técnica da ligadura elástica, que consiste no estrangulamento da veia afetada.
As medidas gerais e hábitos de higiene, também são tão importantes no tratamento, como banhos de assento com água morna, eliminação do uso de papel higiênico, evitar manipulação exagerada da região após evacuação, e evacuações rápidas, sem longos períodos no vaso sanitário, e sem esforço evacuatório prolongado.
Também é importante:
– Beba bastante líquido, por volta de 2 litros ou mais; Inclua sucos naturais, distribuídos em 5 a 6 tomadas e de preferência longe das refeições;
– Alimente-se se em horários regulares (a cada 3 horas) e mastigue bem os alimentos; isso incentiva o intestino a funcionar melhor;
– Evite excesso de bebidas alcoólicas, chocolate, café e alimentos que levem a uma produção excessiva de gases, como brócolis, cebolas, couve-flor, feijão;
– Pratique exercícios regularmente; isso melhora a atividade do intestino;
– Não use laxantes por conta própria; consulte seu médico.
Cuidados específicos
– Evite usar o papel higiênico diretamente na região após a evacuação. Faça a higiene com água e se possível lave delicadamente com sabão neutro de glicerina;
– Não segure a vontade de evacuar;
– Não demore muito tempo na evacuação;
– Atente-se a posição em que senta no vaso, para facilitar a evacuação.
Importante destacar que diante dos sintomas um especialista deve ser consultado para avaliar o quadro, fazer o diagnóstico e definir o melhor tratamento. Não espere o problema avançar. Cuide-se.
Mardem Machado é coloproctologista.